Hoje fui tirar tudo do meu apartamento (agora ex-apartamento) de Vila Real. Muito obrigado à cama que me aguentou, ás quatro paredes que aturaram as minhas pancas, ao chão que esteve sempre imundo e nunca reclamou, ao Fernando e ás suas agitadas chegadas a casa ás 6 da manhã, ao facto de raramente haver gás e de eu ter de tomar banho de água fria independentemente dos 3 graus que se faziam sentir... Muito obrigado. Fizeram de mim um homem novo... E desempregado... (Dentro de alguns dias...)
Para a memória ficam algumas obras (lol) que produzi por lá nos meus tempos livres:
Tédio - Uma Curta para Matar o Tempo
CM de Vila Real, algures pelo Natal
E mais outra daquela rotunda grande que eu curtia mas que desconheço o nome....
Há poucos minutos, estava eu a apreciar o meu cachorro e a minha coca-cola lights (como diz o senhor do café), quando ouvi, por entre outras conversas paralelas que se desenrolavam à minha volta, um senhor que estava na mesa atrás de mim dizer: "Para mim a primeira raínha de Portugal foi a mãe do D. Afonso Henriques! E ele partiu-lhe a boca! Ganhou o país porque bateu na mãe! E quem me disser o contrário é um f...." Não ouvi o resto. Se calhar foi o meu filtro de parvoíces a funcionar, ou então alguém que depois falou mais alto...
Alguém anda a ver demasiado "Vai Tudo Abaixo" nas pausas entre charros...
Ontem fui um dos muitos milhares que se deslocou ao Estádio do Dragão muito mais para ver quem era a tal surpresa do que para ver o jogo ou o fogo-de-artifício. Passei a semana toda a pensar nisso. Nisso e nas fotos da Maryse no Summer Skin... Mas sobretudo nisso...
Duvidei sempre que, de facto, existisse alguma surpresa. Mas quando me apresentaram um gajo chamado Hulk, eu pensei: "Porra! Tem mesmo de haver uma surpresa que me faça acreditar que não vou ter de depender deste tipo para festejar golos!" E peguei na minha namorada (benfiquista, por sinal) e lá fui para o Dragão.
Tudo decorria normalmente, desde a moedinha ao arrumador até vento gelado que se faz sentir dentro do estádio, até que a festa terminou e não houve surpresa...
Foi aí que caí em mim. Apercebi-me que, se o meu Lisandro se lesionar, vou depender de um tipo que quando se enerva fica verde para poder saltar de alegria. Apercebi-me também que ia ser gozado todo o caminho pela minha namorada, pois tinha-lhe confessado que estava cheio de fé que, a qualquer momento, no relvado do Dragão, surgisse o Simão vestido de azul e branco... Mas não... Vou ter que gramar com um cigano contrariado, uma namorada gozona e uma personagem de BD... Por este andamento só vamos ser campeões com 15 pontos de avanço... O que não me dá jeitinho nenhum...
A maioria as pessoas que conheço gosta de ler os livros antes de visualizar os respectivos filmes. Comigo acontece precisamente o contrário. Gosto de ver um filme e estar a pensar como terá sido escrito o seu livro e o seu guião e depois, se valer a pena, pegar no livro e ler. Foi assim o Mundo Perdido: Jurassic Park II, foi assim com A Barreira Invisível e está a ser assim com a Tempestade do Século.
Com o Mundo Perdido, cujo título original é "The Lost World: Jurassic Park II", apanhei uma desilusão, já que o livro em que se baseia é demasiado denso e rebuscado quando comparado com o filme. O livro tem o mesmo nome do filme e foi escrito por Michael Crichton que já havia escrito o primeiro Jurassic Park.
No segundo caso, A Barreira Invisível, a reacção foi precisamente a oposta. Se adorei o filme, amei completamente o livro. O filme baseia-se no livro de James Jones, Os Sãos e Os Loucos, e penso que é justo que se diga que o filme e o livro se complementa. Devo admitir que vi o filme algumas 20 vezes (sim sou completamente doente) e só depois de ler o livro fui capaz de perceber algumas situações, uma vez que o livro tem muito mais conteúdo que o filme (como é natural).
Actualmente encontro-me a ler A Tempestade do Século de Stephen King, na sua liguna original. É fascinante. A própria introdução é uma delícia para um amante da escrita para TV e Cinema (amante e não mais que isso, porque neste país não há apoios para nada), explicando de forma sucinta as peripécias que um argumentista vai passando no processo de criação de um guião. O resultado final é uma mini-série de 3 episódios absolutamente deliciosos. O livro não se apresenta sob a forma de romance mas sim sob a forma de guião para TV com toda a formatação o que é, para mim, uma ferramenta de estudo espetacular. O próprio Stephen King justifica esta opção da seguinte maneira: "The Idea always dictates the form.". E está muito bem justificado se querem que vos diga... À imagem do que fiz nos parágrafos anteriores, não vos vou contar a história, pois aconselho que tratem sim é de ver os filmes, mas posso adiantar que a história é bastante interessante, as personagens são muito bem aproveitadas e o Andre Linoge é o meu vilão favorito na história do cinema (ou dos filmes que vi...). Quem dá corpo à personagem é o actor Colm Feore que entrou ainda em filmes como Pear Harbor, The Sum of All Fears, Chicago, The Exorcism of Emily Rose entre muitos outros sendo o seu mais recente projecto a série Guns.
Andre Linoge
Já me alonguei demais nesta minha exposição de temática desinteressante, deixo-vos então com o trailler da Tempestade do Século. Tentem vêr esta obra. É muito boa.
Pah vocês podem-me dizer: "Ah mas este Linoge é um bocado doente...."
Mas qual começo? Já ando nisto há uns tempos... A questão é que, de quando em vez, me farto e depois passado uns tempos sinto saudades e volto... E como isto ainda vai sendo mais ou menos democrático, eu dou-me ao luxo de ir e voltar como se isto fosse (e é) uma daquelas modernas "relações abertas"...
Estive por uns tempos alojado num blog da concorrência e não gostei nada. Blogger é que bomba! Isto poderia ser considerado traição... Mas como é uma relação aberta...