sexta-feira, 18 de março de 2011

Na função pública até as portas têm estatuto

Não sou psicólogo, sociólogo, vidente nem astrólogo. Ainda bem, porque cada vez mais me convenço que não tenho nem a queda nem a pachorra para o ser.

Mas há uma coisa que ainda sou capaz de, sem ser perito, analisar. Sou particularmente eficaz (ou acho que sou) a distinguir pessoas de pessoazinhas.

Eu sou o cúmulo da calma aparente em quase tudo. Mas por dentro há coisas que me matam e me deixam a praguejar comigo mesmo. Uma delas é cada vez a cada vez mais frequente vontade de mandar das pessoas que me rodeiam. Neste país toda a gente quer mandar em alguém. Há uma necessidade enorme nas pessoas de serem superiores a alguém nem que seja só “porque sim”.

Porque é que isto acontece?
Há gente que por ter um superior hierárquico e se sentir mal com isso, procura alguém, que julga estar directamente abaixo, para fazer valer a sua autoridade,
nem que a sua função seja algo ridículo e sem valor, como ter o rabo alapado atrás de uma secretária de um cargo público o dia todo a ver a banda passar

Estas são as pessoazinhas.

Aconteceu comigo hoje isto:
Num sítio desses acima descrito (função pública), cometi um erro TERRIVEL: pedi permissão para fazer alguma coisa. Nunca façam isso. Façam o que tiverem de fazer e pronto.
Entrei na sala, deixei o que comigo trazia e, ao ver uma porta de acesso ao exterior escancarada á minha frente, perguntei se podia sair por ali, em vez de ir dar uma volta enorme e sair por uma outra porta exactamente igual. A resposta foi:

“Não, aquela porta não de entrada nem de saída.”

A sério? A SÉRIO?! Uma porta que não é de entrada nem de saída?!?! Na minha terra isso não são portas. Não sei bem o que são. Mas não são portas!!

A minhas resposta foi:
“Pois, mas para não dar a volta, posso usar?!”

E obtive a mesma resposta seguida de um: “... mas já agora...”

E lá saí.

Convém acrescentar que a porta estava destrancada, já a usei outras vezes e outros já a usaram também. Talvez a porta estivesse de greve, tal como alguns elementos da função pública estão sensivelmente desde o dia em que começaram a trabalhar...

Quem lê isto pode pensar: “Este gajo é um merdas e isto não tem importância nenhuma...”

Pois. A primeira parte do pensamento é verdade. Já a segunda carece de fundamento, pois tudo isto foi precedido de outras situações em que o ego da senhora se exacerbou mostrando todo o seu intelectozinho...

Ás vezes gostava de ser maluco para poder dar duas lapadas em alguma gente ser inimputável.

Be True, Stay Alive.

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