domingo, 6 de março de 2011

A Luta é Alegria ganhou o festival da canção.

Os Jel e o Vasco conseguiram o seu objectivo de ganhar o Festival da Canção, com o voto do público.



Eu não vi o concurso, estou apenas agora a ver os vídeos que inundaram a Web e dá para perceber que foram vaiados no momento da consagração.
Há algumas coisas que é preciso perceber ao analisar esta vitória.
Em primeiro lugar, eu NUNCA duvidei que, se o voto do povo valesse, os Homens da Luta iriam ganhar, porque não há dúvida que são personagens hilariantes, genialmente concebidas e que dão voz (ainda que com humor) aquilo que vai na alma dos portugueses.
Por outro lado, a música escolhida está longe de ser brilhante e nem sequer se aproxima de outras coisas que os Homens da Luta têm.
Se a nível interno esta vitória tem o seu valor, a nível externo é provável que Portugal vá ter mais uma valente derrota e venha embora sem pontos. Disso não duvido.

Mas há uma coisa que quem está a vir a público criticar a vitória do Jel e do Vasco tem que perceber mesmo: o povo está farto de fazer de conta. As primeiras reacções são de que a música não presta, que o aspecto dos personagens não é o melhor e etc. As letras dos Homens da Luta, com o seu humor, espelham o que nos vai na alma ("nos" inclui muita gente, não estou a falar desses "gordos" que vivem como querem), e por muito que vos custe é música de intervenção.

Eu sei que preocupa muita gente que comece a aparecer um estilo de música que não faça chorar, que não fale do tipo que estava "na minha cama com ela" ou dos "tempos de menino". É tempo da cantiga voltar a ser uma arma em Portugal. Foi disso que o povo gostou na música do Jel e do Vasco e foi por isso que votaram. Porque o conteúdo lhes disse alguma coisa.
Porque haveriamos de mandar à Eurovisão mais uma músiquinha bonitinha e alegre que é precisamente o oposto da situação em que vivemos?
Acho muito bem que os Homens da Luta vão lá fora. A perder que se perca e que se transmita uma mensagem.
Espero que sejam entrevistados por muitos canais locais e digam o que se passa aqui.

Dá-lhe Falâncio!

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